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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Canso de dizer as paredes do meu quarto o quanto meu coração vagabundo anda vazio com tanto sorriso jogado ao vento. Ontem mesmo, eu era uma menininha indefesa, procurando um caminho fácil só pra não se perder. Hoje, as sombras dos meus passos andando pela rua me dão medo, e percebo que cada vez mais, torno-me angustiada por tentar fazer tudo direitinho, e mesmo assim, não consigo tirar um suspiro do peito se quer, por ventura. Acabo acreditando nas minhas próprias histórias que me conto antes de dormir, elas que vivem cheias de aventuras, cheias de amor e esperança, barulhos do mar e um lindo por do sol. Mas quando acordo no meio da noite olho para os lados e nada me acompanha no escuro do meu quarto. Fico só eu e a solidão, que nessas horas me invadem cada vez mais. Perfurando meu peito, desdando meus seios, conjugando o nó dos meus dedos junto o da minha garganta. Minhas lágrimas não cessam. E não existe nada que as façam parar. Quando me perguntam, já nem sei mais o que as fazem rolar, já não me lembro quando tudo isso começou. Não acredito que seja só um momento de sensibilidade, pois até nos racionais eu me comporto esquisitamente da mesma maneira, como se não tivesse pés, como se não soubesse andar sozinha. Como se morresse de medo de me molhar na chuva linda que cai lá fora, com o por do sol dos meus sonhos, céu azul turquesa, nuvens pela metade, algumas rosas, outras roxas. Não acredito que seja tão fraca assim. Sempre achei que meu nome me daria bons frutos, boas energias e fluidos, mas o que me parece é que sempre tentarei chegar a algum lugar que não existe, ou então, que se encontra distante demais da minha disposição. Sufoco. Transbordo. Choro e adormeço. Esse é o eterno dilema da minha religião. Talvez me falte coragem, talvez, vontade de ser outra coisa se não esse corpo completamente imaturo e intolerável. Queria cheirar as rosas e sorrir de felicidade. Esperança que tenho - a unicazinha que existe aqui dentro - é de um dia sorrir e me ver girassol.

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