almas misteriosas
a ausência é um navio sem chão
quinta-feira, 18 de abril de 2024
rascunho
almas misteriosas
uma canção
essa canção pra você
entender de onde vim
aonde estou
não sei...
pra onde vou
com você
com você
eu pulso
vibro
escapo
jorro
entendo essa canção
não meço
o impulso
derramo
porque caibo
ao vazar
no choro
a gota que dissolve a noite
que faz meu chá
que cola sua língua na minha
e eu oro
tocando no fundo
gemendo
bem dentro
me encaixo
no queixo, no lábio
lá embaixo
bem lento
no enlace
no centro
eu vejo o ouro
sorrateiro
consolo
brilhante
agudo e aquoso
no extremo do corpo
molhada num sopro
e eu vou soprar
essa canção pra você
perceber como vim parar
aqui?!
aonde estou?!
eu não sei...
pra onde vou sem você
com você
eu sumo
invisto
chovo
escorro
eu cuspo essa canção
meço
o impulso
derramo
não caibo
ao transbordar
eu canto em coro
só sinto
coração
quinta-feira, 28 de março de 2024
aquoso e agudo
toca no fundo
estremece meus entres
na ponta da língua
no beijo, seu lábio
lá embaixo
bem dentro
no encaixe
no centro
no extremo do corpo
me molho num sopro
amanhecida brisa
e o movimento é novo
sem sina e em cínio
me ensina de novo
o torto caminho
entre os dedos e pelos
bem cheios no peito
mergulho inteira
olhando fundo na íris
desperto num susto
enlaçada
pelo humor esperado
que desata
e desagua num rio
de gozo
domingo, 3 de março de 2024
transpassada
na imaginação:
sobe e desce
nas linhas grossas
rabisco a pele dela
sem nem perceber
anoitece cedo
me contorna com os dedos
lambe minhas pernas
poder do prazer
me molha só de olhar
coração nos quadris
já não somos as mesmas
e a curiosidade acende a lareira
sem querer machucar seu nome
nem chamar assim e sumir
labareda das terras firmes
carregando o mar no peito
por mais de um minuto
eu te dou
até 10 anos...
pra me deixar entrar!
Quis te ver.
sempre estou
Pensando
Vários encontros
na virtualidade.
a gente entende
que o desejo
não se encaixa
no falar
a gente entende
que ele é velho
como a chama
algum dia já apagou?
os flashs
as cenas
o sorriso de canto
os olhares rápidos
mas profundos
o hoje
A realidade é um
"Ainda bem"
já não tenho pressa
aprendi a degustar
o mergulho sem guardar
somos faíscas
fogueiras inteiras
asas acesas
aceitando
se tocar
quero muito:
tocar
você
por mais de um minuto
sem relógio
nem tempo
Até lá
vou percebendo
que no pensamento sobra pouco espaço
depois que você pousou
aqui