.

domingo, 6 de dezembro de 2009

sobre desenho

--> se dissolve sem impacto nenhum pelos
movimentos decorrentes
dos meus olhos.
o negro,
aos poucos toma conta de grande parte, mas a linha continua à dançar,
criando e recriando formas lúdicas
expressamente envolvidas na dor
da vida.
Desliza a linha curta
dança qualquer música, a contínua.
chora a interrompida por não chegar há algum fim,
mas se sente tão em paz,
quanto o branco, que mesmo solitário consegue
transbordar.
-->
chego num ponto, paro
a linha me olha querendo continuar
avanço para um outro espaço,
com uma expressão agressiva faço a linha fina gritar;
rasgando qualquer delicadeza visível,
buscando um rastro
pelo anseio de me fazer desenho,
apago.
apago e refaço.
de tanto acalcar,
a cicatriz no papel chora...
linha querendo ser duas
preto querendo ser branco
grafite tentando ser pranto.
percebo a essência da vida,
continuando seguir outra linha.