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quarta-feira, 5 de junho de 2013

pedra bruta

meu coração palpita - não deixa de estar acelerado -
em meio à confusão e a abstinência do que é inteiro.

pareço procurar amor em tempos de guerra;
a guerra passa em mim,
dos anseios e do medo, o que me sobra é o sorriso pela metade
e os olhos fundos de desconcerto

não entendo nada que contemple algum tipo de necessidade,
mas sinto algumas necessidades
e já não as sei controlar
não sei guarda-las dentro.

eu sou reflexo delas
e elas, espelho de mim.

virada ao céu,
a única tempestade que me cabe
é a imensidão e a tentativa de imersão
no infinito

onde o céu é parte das estrelas
e as estrelas se sabem tão luminosas quanto o sol

vire e mexe,
nessas caixinhas que ainda ouso cumular
encontro sensações perdidas,
desejos não alcançados, que guardei com tanto afeto,
que se multiplicaram feito pragas;
sem sol, sem água, sem alimento nenhum

as coisas aqui só crescem,
e já não sei podar o que não deve crescer tanto

ando esguia, 
tentando passar por caminhos tão tênues
quanto os buracos que os carunchos cavam nas sementes;
só que não deixo pó como resquício,
tenho deixado partes do meu corpo,
que descompassadamente,
encontro vez ou outra pelos cantos.

deixo partes da minha saúde
que de forma incontrolável, tem se mostrado tão frágil
quanto à flor de gloxínia.

da contenção ao caos

o que tenho feito
parece não passar de

evocar em cada copo de água que bebo
a sede do deserto.

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