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sexta-feira, 12 de junho de 2009

no mundo simplesmente respiro e tranbordo.
minha angústia é tão vazia quanto o buraco que existe no peito de Chico. tão estúpida agônia, quanto a de ter um último cigarro e todos os fósforos da caixinha já não terem mais pólvora.
ser eu, é ter uma espada que não corta. uma ilusão sem cor, sem forma, sem sabor, mas com muito perfume. como uma música bem tocada. a minha angustia é que todas as moléculas do meu corpo são feitas de saudade, e meu corpo acaba sendo tão atemporal, tão atemporal, que congelo.
sou excesso. sou devaneio. completamente reconexo.
transcendo, corro, navego, navego e choro. navego e choro.
as nuvens cinza de ontem, falam muito mais de mim do que da chuva que ia cair. sou tão nublado que temporal nenhum chove mais do que chove aqui dentro. tão errado, tão confuso. tão terrivel e bandido que nem eu, às vezes, acredito que existo. duvido.
em busca de mim, de um traço que traduza o que sou, percebo que estou cada vez mais longe e quando chego perto, me mudo, me troco. mudo de rosto, de forma. mudo a máscara. e quando, admito que mudei a máscara -BUM
o choque das coisas. choque de sabor. choque de cor. transições. muita dor. só depois que conhecemos as dores da alma, o contato com a angústia quando deciframos o significado do que se sente e que não vem de nenhum corte que se cura com band-aid.
vivo escondido dentro dos meus eus. escondido e perdido.
é como morder por um bom tempo o plástico que encapa a gominha de mel, e quando você menos espera, ele explode adormecendo com o doce, tudo que é seco na boca.
morro mais cedo, sempre mais cedo que minha própria morte.

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