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quinta-feira, 20 de março de 2025

outono

equinócio.

aproveitar a vênus retrógrada em áries 

pra voltar.

o que não foi possível antes tem novamente a chance de acontecer 


*

há prazer no retorno


*

saudade do seu cheiro no meu corpo



terça-feira, 13 de agosto de 2024

tardia

senhora do meu destino
tempo envolto no tempo
no centro do umbigo venta
meu pensamento é prece

padeço, mas não caio
racho, mas não morro
quebro, mas não moo

senhora do tempo
seu raio me rachou o peito
estou ainda sob o efeito
dilatado dos poros

acerto o passo,
mas já é tarde pra caminhar de mãos dadas

pra intempérie no céu
não tem hora certa
nem no corpo, no ventre,
nos entres do peito ardido

dilatei meus vasos
expandi a veia
circula mais
o sangue

desaguei no amor.

o peito chora
a noite cai
eu não vivo o agora



o que está entre
o eu e o átrio
é você 



                                                    salgados • 17/07/2024


 não há amor que espere


                                                salgados • 01/06/2024

as ondas me quebraram ao meio

estou me refazendo inteira 


                                                              salgados • 23/05/24

terça-feira, 28 de maio de 2024

quero te ver

você não sai da minha cabeça. no silêncio, sua presença se avessa. são tantas as lembranças, que você nunca de mim se ausenta. presença que ocupa, que transborda em meus espaços. eu, teimosa, não entendo a espera que o tempo prefere fazer. sua ausência, meus olhos, em pedaços. esperando o dia em que vou voltar a te ver.
 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

rascunho

ainda que descompassadas
e com passos desencontrados:
buscar cadência no caminho.

sem tanto caos, nem medo do amor:
sentir o inexplicável,
escutar o que a gente não diz.








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sem fim
almas misteriosas
fundidas e descobertas

uma canção

eu vou cantar
essa canção pra você
entender de onde vim
aonde estou
não sei...
pra onde vou
com você

com você
eu pulso
vibro
escapo
jorro
entendo essa canção

não meço
o impulso
derramo
porque caibo
ao vazar
no choro

a gota que dissolve a noite
que faz meu chá
que cola sua língua na minha

e eu oro
tocando no fundo
gemendo
bem dentro

me encaixo
no queixo, no lábio
lá embaixo
bem lento
no enlace
no centro

eu vejo o ouro
sorrateiro
consolo
brilhante
agudo e aquoso
no extremo do corpo
molhada num sopro

e eu vou soprar
essa canção pra você
perceber como vim parar
aqui?!
aonde estou?!
eu não sei...
pra onde vou sem você

com você
eu sumo
invisto
chovo
escorro
eu cuspo essa canção

meço
o impulso
derramo
não caibo
ao transbordar
eu canto em coro
só sinto
coração



não entendo essa canção



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ainda sigo compondo